A gente fica esperando o que?

Tanto tempo depois do meu último texto publicado aqui – que, diga-se de passagem, saiu também depois de muito esforço – cá estou.

Que o ano passado não foi fácil pra ninguém, que a gente se fechou dentro das nossas questões, teve que dar atenção a inúmeros pensamentos e sentimentos nunca antes visitados – isso todo mundo já tá BEM cansado de saber. E, nesse caso, respondendo ao título aqui, a gente sabe BEM também o que estamos esperando.

Mas eu não vim aqui pra falar disso não. Eu vim aqui falar sobre a tal da inspiração que a gente acaba esperando pra escrever um novo texto “compartilhável” (sim cultivo um diário tanto no papel quanto nas minhas notas do celular, mas aí não dá né rs). E aí revisando um trabalho de uma amiga que o tema acabou casando perfeitamente com o livro que tô lendo no momento, A Grande Magia, indicação realmente mágica de outra amiga, me peguei pensando sobre esse espaço aqui. Que um dia quis tanto, me dediquei tanto e, quando conquistei, acabei valorizando demais e colocando num pedestal que talvez (com certeza) poderia ter sido melhor aproveitado desde então. 

A inspiração. Essa coisa que a gente fica esperando, esperando, esperando e raramente vem com tudo pra finalmente aparecer de mãos dadas com a coragem necessária pra publicar um texto, postar uma foto, montar uma empresa, começar um projeto. Que seja.

Desmistifique a inspiração. É claro que às vezes vem uma ideia do nada e você pensa “porra é isso” e beleza, dá tudo certo. Mas, convenhamos, belíssima exceção. Geralmente as coisas dão certo porque temos vontade, colocamos esforço e nos dedicamos para tal. 

E confesso que não faltou só inspiração pra voltar a publicar algo aqui não, faltou coragem. Não que eu tivesse algo pronto pra colocar aqui e dei pra trás, faltou coragem lá no comecinho do processo, a vontade de escrever. 

E foi revisando esse trabalho de uma amiga (obrigada Isa) lendo esse livro indicado por outra amiga (obrigada Ba) que eu acabei de me tocar que: porra eu adoro escrever. Eu amo. Eu me sinto viva, eu consigo me entender, fica mais fácil ver ali tudo fora de mim. Então é isso. Pensei, escrevi, publiquei e saí correndo.

Você tá esperando o que?

Notas sobre o agora

notas sobre o agora

Provavelmente você já ouviu falar sobre pensar no agora, manter sua mente no agora (principalmente se, assim como eu, leu o livro O Poder do Agora, do Eckhart Tolle). Esse tipo de conselho geralmente vem quando estamos nos sentindo ansiosos, com medo, especulando algo sobre o futuro ou remoendo alguma situação do passado – mesmo que esse passado tenha acontecido há 5 minutos.

Recentemente caiu na conversa entre diversos grupos de amigos meus o fato de que toda essa repercussão do coronavírus fez a gente pensar como nos sentimos impotentes por não saber o que vai acontecer amanhã. Mas, um dia soubemos?

A grande e dura verdade é que não. Nunca tivemos, não temos e nem teremos controle sobre o futuro. E por que é tão difícil focar no agora?

Há umas semanas falei pra minha terapeuta que estava tendo dificuldade em me concentrar no agora, em meditar, que sempre que estava praticando yoga ficava ansiosa pra aula acabar. Por que é tão difícil ficar no agora?

Não pensar no próximo movimento, qual será a tarefa depois dessa, o que vou fazer de almoço… São coisas banais mesmo que às vezes vêm na nossa mente quando tentamos nos manter no momento presente por alguns instantes se quer.

Quando envolve um medo, o buraco vai mais fundo. Porque além do futuro, envolve também o passado, nossas experiências e vivências. E não são coisas banais que vem na cabeça. Geralmente são os piores cenários possíveis. E aí, lógico, esses pensamentos já vêm de mãos dadas com a tristeza, a dor, o desespero pela falta de controle e o que vou fazer se aquilo acontecer – nos baseando em situações similares que possam já ter acontecido e não queremos que aconteça de novo da mesma maneira.

De que adianta? Se acontecer, vamos ter que lidar. Vamos ter que passar por isso. E, por mais que pareça, não somos a mesma pessoa que lidou com algo parecido no passado. Além do que, justamente por ser algo parecido, não é a mesma coisa, não é o agora. Não é possível entrar duas vezes no mesmo rio. Assim como nenhum pôr do sol é igual ao outro – e a cada instante de um mesmo pôr do sol o céu se transforma.

notas sobre o agora
Foto por Renata Monteiro

Essa agonia causada pela antecipação do sofrimento (velho conhecido ou futuro temido) nada mais é do que não estar no agora. Nossa mente viaja lá pra longe, para o futuro, jurando que vai ajudar em algo prever as situações, nossas reações. Muito pelo contrário.

Parece mais fácil de colocar em prática quando se fala assim. E não acho que o melhor seria reprimir esses sentimentos não (JAMAIS), mas sim aceitar que eles podem existir dentro da gente, por um momento, e deixá-los ir. Eles não estão no agora. Fica aqui esse lembrete para mim mesma.

A escrita como terapia

a escrita como terapia autoconhecimento

Esse não vai ser mais um texto de “por que eu fiz um blog“, mas sim um convite.

Você já ficou com uma sensação de precisar colocar algo pra fora? Já sentiu que não conseguia organizar seus pensamentos dentro da sua cabeça? Às vezes, até numa discussão ou conversa mais profunda, não soube falar na hora sobre tudo que estava sentindo e ficou pensando horas sobre aquilo depois?

Escrever pode ser terapêutico. E eu aprendi isso há pouco tempo, mesmo sendo formada em jornalismo há 7 anos e trabalhando com isso há mais de 9. Quando o papo é sobre algo que está dentro de você, não é um tema que você tenha que pesquisar sobre ou receber o famoso briefing, nem sempre recorrer à escrita é a primeira coisa que pensamos em fazer – talvez por isso nos comuniquemos tão mal no nosso dia a dia e existam tantos conflitos. Se expressar pode ser realmente difícil – e ainda mais conseguir ser compreendido (gerando aquela angústia).

A escrita, além de te ajudar a organizar as ideias, pode te liberar de sentir esse tipo de angústia. E, para isso, quero convidar você a experimentar essa forma de terapia – e aqui digo no sentido de auxiliar na mudança de um comportamento, sentimento ou pensamento que esteja te impedindo de perceber as coisas como elas realmente são. Ao vê-lo ali, fora de você, pode trazer certa paz ou, pelo menos, ter insights de como lidar melhor com aquilo.

E não precisa ser nenhum expert pra fazer isso. Afinal, é pra você mesmo que eu proponho esse exercício, não precisa publicar em nenhum lugar, nem mostrar pra ninguém. Por isso, não se preocupe com erros gramaticais, ortográficos, acentos e pontuações. Só vai.

Lembrando aqui que o importante é externalizar. Então, se você não se sente bem escrevendo ou não é alfabetizado, por exemplo, pode gravar áudios nas notas do seu celular, criar um grupo só com você mesmo no WhatsApp para isso, ou enfim, o recurso que se sentir mais confortável usando. O importante é colocar para fora. Comece e deixe fluir.

E é mais ou menos isso que vocês vão encontrar por aqui, a minha terapia que, quem sabe, também pode te ajudar a saber mais sobre autoconhecimento, lifestyle e – porque também tenho que vender meu peixe – marketing digital. Pra tudo isso, vou contar com a entrevista de algumas pessoas pra enriquecer os conteúdos.

Você já tentou escrever como forma de terapia? Bora trocar experiências!

Foto por Renata Monteiro